domingo, 15 de março de 2009

ESSA FOI BOA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

MACACO SIMAO NA SUA COLUNA :

A VOLTA DE ROSEANA AO MARANHÃO NÃO FOI CASSAÇÃO NEM RESTITUIÇÃO, FOI REINTEGRAÇÃO DE POSSE!!!

DEU NO JORNAL PEQUENO ...15/03/2009

Casa oficial de José Sarney em Brasília vira cassino de Roseana

Data de Publicação: 15 de março de 2009

Maratona de jogatina reuniu pelo menos 10 pessoas. Roseana Sarney admite que 4 viajaram de São Luís a Brasília com sua cota do Senado

Ao menos dez pessoas da “turma de carteado” que acompanha a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) há vários anos participaram, nos dias 7 e 8 passado (sábado e domingo), de uma maratona de jogatina na residência oficial da Presidência do Senado, na Península dos Ministros (Lago Sul), área mais nobre de Brasília. A informação foi repassada ao Jornal Pequeno por uma fonte que teve acesso ao local como convidada. De acordo com essa fonte, o grupo viajou de São Luís, na sexta-feira, 6, com passagens aéreas providenciadas por Roseana. A peemedebista admitiu que pagou as passagens de apenas quatro convidados – assessores políticos, segundo ela –, utilizando a cota a que tem direito como senadora da República. A volta do grupo a São Luís só ocorreu no domingo à noite. As passagens foram emitidas pela agência Sphaera Turismo, instalada na Asa Sul.

Representantes da imprensa nacional em Brasília já estão investigando o caso. Segundo o JP descobriu, Roseana Sarney foi procurada por esses jornalistas para comentar o assunto e admitiu que um grupo de São Luís viajou a Brasília e se hospedou por pelo menos dois dias na residência oficial de seu pai, o presidente do Senado, José Sarney, que não está morando na mansão.

No entanto, ela teria dito que não houve jogatina no local, e sim uma “reunião de trabalho”. “Foram só quatro assessores do Maranhão, que eu mandei buscar, já que não estou em condições de viajar, e paguei com a minha cota de passagens do Senado”, garantiu Roseana.

A utilização, por parte de deputados e senadores, de suas cotas pessoais de passagens aéreas para finalidades outras que não as ligadas à atividade política tem sido questionada pela imprensa e por órgãos encarregados de fiscalizar o Poder Legislativo. Recentemente, Marco Antônio Bogéa, um colaborador do superintendente do Sistema Mirante, Fernando Sarney (irmão de Roseana), viajou de Brasília a São Paulo transportando uma mala com conteúdo suspeito, com passagem paga pela Câmara dos Deputados (cota de Carlos Abicalil, do PT do Mato Grosso). O caso foi divulgado pelo JP e pelo site “Congresso em Foco”.

Contradição – Questionado ontem pela manhã, por telefone, pela reportagem do Jornal Pequeno, um dos assessores da Presidência do Senado, Chico Mendonça (que trabalhou na campanha de Jackson Lago para o governo do estado em 2006), deu uma versão diferente da de Roseana Sarney para o episódio.

Ele não falou nada sobre “reunião de trabalho” e afirmou que as pessoas que viajaram de São Luís para Brasília foram à capital federal para um “encontro de família”. Mendonça acrescentou que “numa reunião de família naturalmente podem aparecer, também, alguns amigos”.

Estrutura luxuosa – Independentemente de ser composto por “familiares”, “amigos” ou “assessores”, o grupo de pessoas que viajaram de São Luís a Brasília no dia 6, dois dias depois da cassação do governador maranhense Jackson Lago (PDT) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para se confraternizar, jogar baralho ou trabalhar, usufruiu, durante dois dias, o luxo e as mordomias proporcionados pela estrutura da residência oficial da Presidência do Senado (tudo pago com dinheiro público).

A mansão tem 450 metros quadrados de área construída, com piscina, quadra de esportes, campo de futebol, jardim, três salas e três quartos amplos e biblioteca. O Senado paga, ainda, 12 funcionários (inclusive mordomos e seguranças) para prestarem serviço durante 24 horas na residência.

Pano verde – A paixão de Roseana Sarney pelo pano verde (particularmente pelo jogo de cartas conhecido como pif-paf) é conhecida nacionalmente, mas esse é um assunto sobre o qual a senadora não gosta de dar declarações públicas. No entanto, políticos próximos a ela e até jornalistas mais informados já revelaram sua predileção – que inclusive já a levou a tentar a sorte em cassinos internacionais, como os de Las Vegas, meca da jogatina mundial.

“Roseana só tem duas amigas: a viúva Clicquot [champanhe francesa Veuve Clicquot] e a rainha de copas”, afirmou certa vez o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), então na oposição, hoje aliado do clã Sarney. “Amigos de Roseana Sarney torcem para que os inimigos não descubram um dos seus pecados mais graves e escondidos: o carteado. Segundo eles, Roseana é capaz de largar tudo por uma mesa de pif-paf”, publicou o jornalista Claudio Humberto em sua coluna política, em 2002.

A senadora – que pode assumir o governo do Maranhão caso o TSE confirme a cassação de Jackson Lago – conta em sua turma fixa de carteado com: dois empresários do ramo de postos de combustíveis; a mulher de um empresário ligado a Fernando Sarney; um ex-senador maranhense; um empresário do ramo da construção civil; o dono de uma concessionária de veículos; e o assessor de um órgão da Justiça. O JP falou por telefone com um empresário (ramo de postos de combustíveis) que faz parte do grupo, mas ele não quis comentar o assunto. Outro empresário contatado (dono de concessionária) não retornou a ligação.

sábado, 14 de março de 2009

o que o Brasil acha da familia Sarney.......??????

Sem explicações convincentes
Acredito que Roseana Sarney está muito comprometida com a corrupção na Sudam. Nenhuma empresa mantém em caixa tanto dinheiro, até por uma questão de segurança. Ninguém conseguiu dar uma explicação convincente para a existência desse dinheiro em caixa. O TSE sequer deveria aceitar inscrição de candidato que tivesse qualquer suspeita ou processo na Justiça. Gostaria de ouvir o ACM sobre o assunto. Ele não estava exigindo o tempo todo que o governo investigasse os negócios da Sudam? O PMDB foi mais coerente quando prenderam o Jader Barbalho, pois não tomou partido. Agora, vem o PFL fazer esse estardalhaço, querendo encobrir esse escândalo? Se houver uma investigação séria, com certeza vão encontrar maracutaia das grossas. Oxalá, o eleitor exclua essa gente na hora de votar.
Daniel Bento Pereira. Curitiba, PR

Nova música
"Ela não é Ana, nem Juliana, é Roseana (que não me engana), vergonha de mulher". Essa podia ser agora a musiquinha da campanha . Encarar essa notícia perto do dia internacional da mulher foi duro!
Ivambya Guedes. Recife, PE

A carroça passa e Roseana chora
Há mais de 35 anos o PFL, Arena travestida e sedenta de poder, utiliza os cofres do Estado brasileiro como se fosse o caixa da bodega da esquina. Incontáveis são as denúncias de roubo, má gestão, falcatruas e tráfico de influência em que este partido está metido. Jorge Bornhausen, o nosso Kaiser, criou um monstrinho que se transformou em monstro, demonstrando toda a sua voracidade para se manter no poder. Nada do que a imprensa publicou é novidade. Jorge Murad é figurinha carimbada entre a matilha e somente alguém cego não enxergaria a fragilidade da candidatura de Roseana. Porquanto, não me causa mais espanto os desatinos cometidos por estes pseudo-políticos e sim, revolta-me a consciência brasileira, escondida, amedrontada e alienada, que não grita: Basta! Cadeia neles.
Celso Carlos Buglione Filho. Florianópolis, SC

Novo filme
Nas próximas eleições presidenciais, estréia o novo filme “Ali Murad e os 40 Sarneys”.
Ricardo. Volta Redonda, RJ

Bem razoável
Eu acho razoável eles guardarem mais de 1 milhão em dinheiro... Ou você aceitaria um cheque vindo da família Sarney?
Eduardo Silva. São Paulo, SP

Preconceito
Pessoas inescrupulosas estão trazendo à tona todo o seu preconceito contra a mulher e contra um estado nordestino pobre que está mostrando que tem capacidade de ser uma grande potência. Isso está incomodando quem quer que o poder continue residindo no Sul e Sudeste, praticando a velha política do café-com-leite. Roseana é uma mulher íntegra que nada mais é do que uma vítima desses descontentes. Quanto ao dinheiro, tenho certeza que Roseana saberá dar a resposta que o Brasil espera. Me orgulho de ser maranhense e de tê-la como governadora. Que deus a conserve sempre no poder para o bem de todos e felicidade geral da nação.
Ribamar Reis. Boston, Estados Unidos

Parece que já vi essa história
Mais uma vez temos de assistir aos noticiários e ficarmos quietos diante da situação. Essa história já se tornou repetitiva. Entretanto, o judiciário e a polícia estão de mãos atadas, pois quando tentam investigar algo, politicamente e sorrateiramente são obrigados a cobrir os olhos. Quem paga com isso somos nós, pacatos cidadãos que nada podemos fazer diante de tanta safadeza. Aqueles que se dizem nossos representantes no Congresso nos envergonham, e ainda achamos que quem está errado é aquele americano que vem ao Brasil e diz que se acabarmos com 10 % da corrupção no Brasil a renda per capita nacional dobraria. Temos de dar um basta nisso.
Jackson de Brito Bughi. Centenário do Sul, PR

Já chega!
Nesta troca de acusações entre PSDB e PFL, o mais provável é que os dois estejam com razão.
Rui Santos de Souza Jr. Curitiba, PR

A sarna do Brasil
O Brasil não precisa só acabar com a dengue. Tem de acabar com Roseanas, Sarneys pai e filho, Jorges Murads e outros incontáveis patifes que infestam e levam à morte tantos brasileiros inocentes há décadas, sem que nenhum "fumacê" lhes dê combate.
Leone Leão Leppard. Fortaleza, CE

O PC de Roseana
Jorge Murad veio a público dar explicações muito fracas que não convencem a ninguém. Caso a candidata viesse a ser eleita, fica a pergunta: "Qual cargo de confiança seu marido teria na esfera federal? Ministro da Economia? Seria outro PC. Roseana se tornou a canditada n° 1 em corrupção antes mesmo de licenciar-se do seu atual cargo de governadora. Essa bateu o Collor!
José da Silva. São José dos Campos, SP

Antes das eleições
É necessário apurar as denúncias sobre a Roseana antes das eleições, para que o povo tenha certeza em quem está votando e não seja mais uma vez enganado. A Roseana tem de parar com esse artifício de impedir a Justiça. Um presidente não pode ter em seu passado nada que desabone seu futuro.
Augusto César, São Paulo, SP

Outros dossiês
O ataque à nossa governadora só poderia ter resultado em sua queda nas disputas presidenciais. Resta saber se os supostos dossiês não serão estendidos aos demais candidatos. Só assim saberemos em quem votar.
Paulo Ricardo. São Luís, MA

Ricos e suas falcatruas
É de perder a vontade de viver no Brasil após ver as declarações de Jorge Murad sobre o caso Lunus. A minha desconfiança já não existe mais. Não existem pessoas que sejam ricas que não tenham algum tipo de falcatrua em suas vidas. Sou médico, trabalho muito, ganho bem e não consigo ficar nem aos pés de qualquer político que conheço.
Carlos Azeredo. Ouro Fino, MG

A candidata implodiu
Roseana Sarney por certo não será Joana d'Arc, como se refere Jorge Bornhausen, mas sim Maria Antonieta, para ser decapitada política e moralmente.
Paulo Joaquim Alves. Florianópolis, SC

Todos enlameados
Há descalabro, mentira e desonestidade para as bandas do governo Roseana, não temos dúvida. Lastimável é que os fatos só sejam investigados com profundidade quando ela começa a disparar nas pesquisas. A própria imprensa foi conivente com tudo, pois vinha dando toda cobertura à mistificação que se estava vendendo ao país, da Roseana como uma "nova" liderança no Brasil. Todos saíram enlameados.
João Carlos Cabral. Recife, PE

A leveza das ações
As palavras de pessoas como Roseana Sarney e família são mais fortes que nossas ações.
Marco Hardill. São Paulo, SP

Vergonha
Infelizmente, só ficamos sabendo das maracutaias dos presidenciáveis quando há boa vontade nos meios de comunicação. Não sei se esse caso seria o único, sinceramente eu gostaria muito que fosse. Mas, sem querer ser pessimista, estamos mal servidos de candidatos a tudo nesse país. A CPMF não era para colocar na saúde? E como explicar, então, a dengue, a tuberculose e outras epidemias? Esse caso da governadora do Maranhão não é isolado. Nosso país vem sofrendo esses absurdos há muito tempo e já chegou a hora de o povo tomar conhecimento disso tudo, pois só assim poderemos um dia aprender a votar. Precisamos de uma imprensa mais imparcial, mais livre do governo e disposta a colocar para fora todo o podre dos nossos governantes, como foi o caso da Roseana.
Márcia Pinheiro. Rio de Janeiro, RJ

Dinheiro sob o colchão
É preciso que se diga à governadora do Maranhão que gente como eu, aposentado, cujo salário serve apenas para pagar as contas no fim do mês, mantém seu dinheiro no banco até que ele seja todo consumido. Difícil é acreditar que uma empresa mantenha em seus cofres tamanha importância como a encontrada na Lunus. Nossos políticos acostumaram-se a pensar que os demais brasileiros são uns eternos idiotas. Se o ex-ministro José Serra não tiver nada escondido no armário, será o beneficiário do imbróglio da governadora, tendo em vista que os demais pré-candidatos não têm qualificação alguma para ser presidente.
Aureo Amaral Modlo. Fortaleza, CE

Sarney, o imortal
Brasileiros, por mais que “prendam e arrembetem” com estes corruptos, mesmo implodindo Brasília e a Praça dos Três Poderes, não esqueçam que o homem é “imortal”.
Airton Lira. Lisboa, Portugal

Arrisca Tudo
Depois de ler a reportagem “O novo show do milhão”, senti vergonha de ter pensado em eleger a Roseana como presidente do meu país. Uma pessoa capaz de julgar os brasileiros uns ignorantes, que acreditariam nessas mentiras absurdas e dignas de risada, só poderia acabar se enforcando em suas próprias falcatruas.
Paula Elva. Cachoeiro de Itapemirim, ES

Prática criminosa
A guarda de dinheiro vivo não pode ser razoável porque evidencia a prática de delitos, como sonegação fiscal e, especificamente para esse caso, crime eleitoral. O impacto na candidatura de Roseana só não será maior porque ela não estava no topo. O beneficiário somente poderá ser José Serra, pois os eleitores de Lula são sempre os mesmos: alguns artistas, rebeldes, desocupados e funcionários públicos, dentre estes, paradoxalmente, a maioria dos professores.
Adalberto Alves de Matos. Barra do Garças, MT

Big Brother Brasil
Isto está virando um "Big Brother” enrustido. É complô demais nesta "Casa de Artista" de colarinho branco.
Sandro Gonçalves de Souza. Governador Valadares, MG

Escolha por exclusão
O Serra não é perfeito? O Lula também não? O Itamar joga pedra na lua? Tudo bem... mas o que temos que repudiar com veemência é uma candidata que está claramente envolvida em assuntos nebulosos e nem se dá ao trabalho de explicar, um marido que assume a culpa numa óbvia armação e um partido mais interessado no resultado das pesquisas do que na transparência.
Sidney L. C. Bianco. Ji-Paraná, RO

Vergonha para as mulheres brasileiras
É simplesmente inacreditável ouvir da governadora do Maranhão que é absolutamente natural uma empresa ter mais de 1 milhão em espécie em seu escritório. O maior impacto disso tudo será na candidatura de Roseana, pois trata-se de algo que não coaduna com os princípios de uma pré-candidata à presidência. Obviamente, os mais favorecidos com isso tudo serão Lula e Serra. Será que dessa vez o "Brazil" decola?
Priscila Cruz. Vila Velha, PR

Questão de tamanho
O tamanho da governadora do Maranhão, hoje, é o mesmo do ex-presidente Collor, no final do governo.
Oswaldo Crivello Junior. São Paulo, SP

Cadê o livro-caixa?
A coisa é muito mais simples do que parece. Qualquer empresa pode manter valores em caixa. Porém, existe um livro-caixa que informa toda a movimentação. Se Roseana quisesse provar que a dinheirama era legal, ela simplesmente teria mostrado este livro. Não seriam necessário grandes levantamentos e perda de tempo. O saldo do livro-caixa deveria coincidir com o montante de dinheiro do cofre, na data da apreensão. Ora, isto que estou dizendo mais parece piada, não é mesmo? Já imaginaram ela na televisão sacudindo um livro-caixa e gritando: está tudo aqui! É preferível mesmo alegar perseguição política de pessoas maldosas contra uma pobrezinha mulher indefesa, que chora com tamanha injustiça, diz que quer provar tudo, mas por precaução manda seus advogados brecarem tudo e consegue encaixotar toda a papelada. Como se não bastasse, alega que venceu até a morte, como se isto lhe acrescentasse alguma aura de honestidade. Diz também que o povo do Maranhão a conhece e sabe que é honesta, com a mesma facilidade que declara que ninguém no Estado passa fome. Francamente, será que é deste tipo de político que o Brasil precisa? Ela, se eleita, vai resolver os problemas do Brasil?
Paulo Retard. São Luís, MA

Acorda Brasil
A governadora do Maranhão, conseguiu uma façanha um tanto quanto difícil: destronou o Piauí do primeiro lugar em miséria e, no lugar, conseguiu colocar o seu estado. Como ficará o Brasil se for dirigido por uma pessoa com ela? Já se vê pelo que está acontecendo agora, antes mesmo de assumir o poder. Acorda Brasil!
Venceslau. Palmas, TO

Papai Noel não existe
A Sra. Roseana deve acreditar que o eleitor brasileiro não pensa. Acreditar que os 1,3 milhão de reais achados no cofre da empresa da governadora é normal e razoável, é tão ingênuo como acreditar que Papai Noel existe. Quanto ao impacto, que seja forte o suficiente para enterrar, o mais fundo possível, a pretensão de Roseana se tornar nossa presidente. O Brasil só terá a agradecer, pois será o maior beneficiado com todo esse episódio.
Celia Carvalho. Jundiaí,SP

Cai a máscara
A máscara começa a cair! Se nós, assalariados, compramos um carro novo, somos pego pela Receita Federal. E ela vem dizendo que é normal guardar 1,3 milhão de reais na gaveta e ainda vem dizer em público que é perseguição à “mulher”. Não dá mais para engolir essas máscaras criadas por empresas de marketing.
Wagner Bérgamo. São Paulo, SP

Dinheiro sujo
É difícil acreditar em qualquer uma das sete explicações diferentes dadas, até agora, sobre a importância milionária encontrada, em espécie, no cofre da empresa da governadora Roseana Sarney. Mais difícil ainda é tentar entender as participações dela em operações suspeitas, envolvendo desvio de verbas milionárias da Sudam, dinheiro suado dos impostos pagos pelo povo brasileiro. Certamente o impacto negativo da descoberta do conteúdo nababesco do cofre de Roseana ser sobre a campanha dela própria. Tenho esta convicção, pois acredito que, se este dinheiro não fosse sujo, a explicação de sua procedência viria de imediato. Acredito que o maior beneficiado com um possível enfraquecimento da governadora é o próprio povo brasileiro. Espero que os eleitores do próximo presidente tenham a sabedoria de escolher seu candidato, ao procurar saber de seu passado, suas idéias, sua idoneidade e sua honestidade. Espero que tenham cautela, boa memória e, sobretudo, patriotismo.
Fernando Gurgel Machado. Brasília, DF

Dicussão irrelevante
Deve ser considerado irrelevante a discussão sobre se foi ou não por motivação política a devassa no escritório do casal Roseana e Murad. O que realmente interessa é o fato em si. Pior seria se tal acontecimento tivesse seu desenrolar durante a campanha em reta final. O PFL foi muito mal orientado. No meu ponto de vista, o grande prejudicado foi o próprio PFL. Acho que o partido devia pôr o rabinho entre as pernas.
Dillermando de Mello. Belo Horizonte, MG

Maranhão: o campeão da miséria
Como pode uma "governadora" que não cuida de seu próprio Estado querer cuidar do Brasil? O Maranhão é considerado o pior Estado da Nação, o campeão em muitas coisas. O índice de mortalidade infantil cresce, a renda per capita é uma piada, sem dizer da falta de moradia, nível de alfabetização, desemprego, miséria e fome. Que tal arrumar a sua casa antes de querer colocar ordem na casa dos outros? Eu sei que desta vez está difícil de escolher, mas por favor, não vamos novamente enfiar o país no buraco.
Alberto Luiz. São Paulo, SP

Collor de saias
Às vezes me questiono: Roseana será o Collor de saias, ou então o Collor era a Roseana (mas sem o bigode)? Será que há cerca de dez anos, nós não poderíamos ter mudado a nossa história, caso a "máscara" de Collor tivesse caído antes das eleições? Acredito que sim, o povo pode até acreditar em histórias da carochinha, mas sabe muito bem diferenciar o que é real daquilo que não é. Talvez agora, com a queda da "máscara" da filha do Sarney, possamos, então, acreditar que o povo não será enganado com os tradicionais métodos "nordestinos" de ver as coisas. Então, cuidado, o destino pode estar querendo pregar uma peça em todos nós, ou seja, deve estar querendo saber se somos bons de memória.
Maíra Borges. Criciúma, SC

Demonstração de covardia
Graças a Deus, essa impostora teve sua candidatura enfraquecida. Sair da base de apoio do governo foi a maior demonstração de covardia e falta de caráter. Como se o governo fosse culpado pela falta de estrutura do estado do Maranhão e os desvios de verba desse governo corrupto.
Amauri. Maringá, PR

Desvio descarado
As empresas, atualmente, não têm condições de ter mais de 1 milhão de reais em dinheiro vivo em seu escritório, basta que você tenha um senso crítico para perceber o desvio, descarado, que seria destinado para a candidatura do PFL à sucessão presidencial. Em época de eleição, isto cai como uma bomba e Roseana, que (para atingir as classes populares) estava com discurso de mulher que venceu preconceitos, viu cair os seus pontinhos no Ibope. Seus opositores serão muito beneficiados.
Luanna Amorim Teixeira. São Luís, MA

Sujeira debaixo do tapete
Será que nós, brasileiros, vamos continuar votando nesta família que tanto estrago já causou ao país? Tanto dinheiro receberam através dos lobbies para tantas coisas boas que deveriam ter sido aplicados em benefício do povo e foram parar em várias contas particulares, off-shores, laranjas e agora numa empresa sem expessão alguma, encontram 1,34 milhão de reais. Será que ninguém será punido por isso? Vai tudo para o fundo da gaveta novamente. Não dou 15 dias e estarão tentando uma reaproximação com o governo. E o Sr.Sarney, que promete atirar para todo lado no seu discurso no Senado, para "limpar" o nome de sua família, como se isso fosse possível. Não há tapete grande o suficiente para varrer tanto lixo pra baixo dele.
Airton Lira. Lisboa, Portugal

Fique de olho
Está na hora do povo maranhense se libertar de 25 anos da oligarquia Sarney no Estado do Maranhão. Vamos todos em uma só voz gritar pega, corre, investiga e fique de olho.
Aluisio Lima. São Luis, MA

Denúncias conhecidas
Essa notícia pode ser uma bomba para o resto do Brasil, mas para o Maranhão não. O próprio irmão de Murad tem conhecimentos e seria capaz de denunciar. O pobre Maranhão apóia Roseana por ter uma maioria analfabeta dominada pelo marketing dos meios de comunicação. Por que não pesquisar a denuncia dos 33 milhões de reais da construção de uma estrada fantasma, no governo Roseana? É óbvio que esse dinheiro acumulado no cofre não tem origem legal. É incrível que Roseana critique as investigações relacionando ou falando mal da ditadura, quando o seu pai foi o maior beneficiado do regime militar. Se fizessem uma pesquisa nas escolas e universidades maranhenses iriam constatar o baixo índice de popularidade da família Sarney. Este fato é notório no triângulo político tradicional e coronelista: Jader X Sarney X ACM. Somente o quarto poder que é o da imprensa nacional seria capaz de dar esperanças a nós maranhenses e nos tirar do fundo do poço ou desse mar de corrupção.
Magno. São Luiz, MA

Capitanias hereditárias
O Brasil acha-se dividido em capitanias hereditárias que usufruem o poder ao seu bel prazer. O Maranhão e praticamente todos os estados brasileiros encontram-se há longos anos dominados por uma oligarquia, fato que impede a prática da verdadeira democracia no país. Torna-se urgente a necessidade de ampla reforma política, com a introdução do voto voluntário, financiamento das campanhas políticas com recursos públicos, fidelidade partidária etc.
Gilbert Zarife. Salvador, BA

D. JOAO VI E SARNEY!!!!!!!!!!!

Se for para algum desses aventureiros tomar a coroa,
que sejas tu, meu filho
D. João VI sobre D. Pedro I e a Independência do Brasil

Se for para algum desses aventureiros tomar a coroa,
que sejas tu, minha filha
José Sarney sobre Rosena Sarney e o trono do Maranhão

Rosário de fraudes.....é bom relembrar.....

A investigação sobre as fraudes na Sudam, uma das maiores já feitas no país, levou quase cinco anos para desembocar na devassa da Polícia Federal na empresa da governadora do Maranhão e de seu marido
Abril de 1997
O Ministério Público Federal em Mato Grosso, intrigado com o número crescente de empresas financiadas pela Sudam no Estado, começa a fiscalizar a aplicação dos recursos públicos e descobre uma usina de falcatruas

Janeiro de 1998
A investigação chega ao primeiro tubarão da turma, o empresário José Osmar Borges, que recebeu 246 milhões de reais da Sudam e é suspeito de desviar cerca de 130 milhões de reais

Fevereiro de 1999
O procurador da República José Pedro Taques, de Mato Grosso, faz uma síntese de sua investigação e distribui aos colegas de nove Estados, todos da chamada Amazônia Legal, para servir como guia nas apurações

Início de 2000
Tocantins é o primeiro Estado a descobrir que em seu território estava sendo aplicado o mesmo golpe e com os mesmos métodos encontrados em Mato Grosso. Cria-se, ali, o QG das investigações sobre o caso Sudam

Início de 2001
A Secretaria Federal de Controle, órgão do Ministério da Fazenda, numa investigação própria, descobre fraudes de 44 milhões de reais no projeto Usimar, em São Luís, no Maranhão

Abril de 2001
Com a investigação já espalhada por quatro Estados, aparecem as transcrições de diálogos telefônicos que comprometem o então senador Jader Barbalho com as fraudes na Sudam. O Ministério Público pede à Justiça a prisão preventiva de 97 suspeitos de fraudar a Sudam. Só 27 são presos. Em operações de busca em empresas e escritórios, a PF encontra uma lista em que o nome do senador José Sarney aparece ao lado de três projetos da Sudam. A lista, aliada às fraudes na Usimar, alerta os investigadores para uma possível conexão no Maranhão

Outubro de 2001
Em outro escritório de consultoria especializado em fraudar a Sudam, o AC Rebouças, em São Luís, a PF encontra um depósito para o ex-senador Jader Barbalho e documentos da Lunus, que pertence a Roseana Sarney e a seu marido. Como a Lunus, até 1994, fora dona de empresa suspeita de fraudar a Sudam, os investigadores passam a desconfiar de que a empresa pudesse, ainda hoje, estar envolvida nas irregularidades
Março de 2002

A PF faz uma devassa na sede da Lunus, em São Luís. Encontra documentos que sugerem um vínculo da Lunus com outras empresas fraudadoras da Sudam e, também, papéis sobre o projeto da Usimar

Meu nome é Roseana, mas pode me chamar de Sarney

Meu nome é Roseana, mas pode me chamar de Sarney

Biografia (autorizada pelo povo do Maranhão) da candidata do PFL à Presidência da República

Palmério Dória, 31 de janeiro de 1966

Numa São Luís secular e suja, onde mendigos perambulam, bairros carecem de saneamento básico, esgotos a céu aberto, ratos e urubus dividem a paisagem, um jovem e fogoso deputado federal toma posse no governo do Estado do Maranhão. Ele acabava de derrotar a mais torpe das oligarquias, especialmente truculenta, comandada pelo senador Vitorino Freire, um cacique pessedista imortalizado por Rubem Fonseca como o "senador Vítor Freitas", o homossexual violento do romance Agosto.

Num discurso histórico, denunciando a miséria, o abandono da população, a violência e a corrupção, José Sarney anuncia uma "ruptura", uma "democracia de oportunidades" e enterra a era vitorinista com caixão de segunda classe. Mesmo sendo da UDN, ele teve o decisivo apoio da esquerda.

O fato de o PSP de Adhemar de Barros e da empreiteira Mendes Jr. terem irrigado sua campanha não diminui a importância histórica de sua vitória. Entusiasmado, o já famoso cineasta Glauber Rocha filma toda a solenidade.

O documentário ganharia o nome de Maranhão 66 e chocaria pelo final: o belo discurso de José Sarney, denunciando as mazelas de seu Estado e o sofrimento de sua gente, era reproduzido em off, enquanto cenas da miséria explícita dos maranhenses eram mostradas. Encerrando, grandiloqüente, a fala do novo governador, em que ele "jurava" acabar com a política vigente, um turberculoso agonizava em público.

31 de janeiro de 2002

Numa São Luís secular e suja, onde mendigos perambulam, bairros carecem de saneamento básico, esgotos a céu aberto, ratos e urubus dividem a paisagem, uma não tão jovem governadora aparece em rede nacional de televisão, querendo ser presidente da República. Tal qual um Glauber da direita, as formas roliças de um antipático, mas competente, Nizan Guanaes conseguiram transformar em princesa cobiçada uma administradora falida.

Ela exerce o seu segundo mandato no Palácio Henrique de La Rocque. Ela é a herdeira de uma oligarquia não menos torpe do que a do velho senador Vitorino Freire, mas, seguramente, muito mais corrupta e bem-sucedida. Ela é filha dileta do homem que jurou sepultar o atraso e a oligarquia há exatos 36 anos.

Ela é a continuadora de um sistema político-eleitoral que humilha o seu povo com índices sociais tenebrosos. As maiores taxas de analfabetismo e de mortalidade infantil do país. As menores taxas de desenvolvimento em todos os setores. O menor PIB do Brasil per capita, num sistema em que os amigos e correligionários não pagam o fisco estadual.

Ela entregou a administração do Estado ao marido, que já foi preso por improbidade. Ela é Roseana. Roseana Sarney. Fruto do marketing, do desconhecimento e da irresponsabilidade política. Ela é um projeto muito semelhante ao de Fernando Collor de Mello. Ela é, mesmo, o Collor de saias.

O DNA de Roseana

Quando seu pai foi eleito governador, Roseana tinha 12 anos de idade e vivia no Rio de Janeiro. Sua chegada à província foi o prenúncio do que a vida lhe reservava no Maranhão: declaradamente a preferida do pai, mimada, cercada de atenções e de carinho. Isso talvez sirva para explicar melhor uma faceta ainda obscura de sua personalidade: ela é profundamente mandona, irritadiça, temperamental e, não raro, protagoniza memoráveis escândalos e faniquitos comentados à meia voz nos corredores palacianos e na alta-roda de sua terra.

Após acompanhar papai em sua campanha para o Senado em 1970, foi estudar na Suíça. Teria ido fazer pós-graduação de um curso de ciências sociais. O deputado estadual Aderson Lago, um tucano que se especializou em não dar trégua à governadora, não consegue esconder o sorriso irônico: "Não se conhece nenhum colega de turma da Roseana, e, pior ainda, apesar dessa passagem pela Suíça, ela não fala qualquer outro idioma e mal domina o português".

Em 1981, Roseana tornou-se funcionária do gabinete de seu pai no Senado. Nessa época residia no Rio de Janeiro, o que nunca a impediu de receber integral e pontualmente o salário. Em 1988, por obra de uma lei muito bem-vinda, ela foi efetivada como funcionária do Senado, onde vai se aposentar com todos os benefícios. A isso irá somar sua aposentadoria de governadora.

Depois de eleita, ela enviou um projeto "moralizador" à Assembléia Legislativa. Cortava uma série de vantagens do funcionalismo público estadual, além de reduzir a polpuda pensão dos ex-governadores, atingindo até o próprio pai. A primeira parte, a dos barnabés e bedéis, foi votada sem emendas pelo rolo compressor da maioria esmagadora que a obedece no Legislativo estadual. Bem, já a segunda parte, até hoje não mereceu mais que o fundo de uma gaveta qualquer...

Quando seu pai, por obra das bactérias do Hospital de Base de Brasília, viu-se guindado à Presidência da República, Roseana ganhou sala ao lado no próprio Palácio do Planalto. Sem contar que, junto ao marido, Jorge Murad, foi morar no Palácio da Alvorada.

O senhor seu marido

Tudo parecia um sonho na vida da bela Roseana. Os humoristas de O Planeta Diário, que hoje formam a Casseta & Planeta, a celebrizaram como "a estonteante Roseana Sarney". Sua filha adotiva, Rafaela, tinha como babá não menos que um tenente do glorioso Exército brasileiro. E os deslocamentos da família eram feitos em jatinhos da FAB, ou de 1966, ou Aníbal Crosara, da goiana EMSA.

Já o maridão, o discreto, sisudo e antipatizado Jorge Murad, freqüentava com certa insistência a crônica política, que dava conta de atividades empresariais no submundo do governo Sarney. Hoje, Jorge é o homem forte do governo Roseana. Gerente de Planejamento, o equivalente a secretário, é quem manda e desmanda. Pagamentos? É com ele. Obras? Só com ele. Nomeações? Com Jorge Murad, o.k.?

Ele trabalha ao lado da governadora, mas passa boa parte do tempo na Avenida Colares Moreira, quadra 121, número 1, Edifício Adriano, no bairro Renascença. É lá que atende amigos empresários e administra seus negócios.

No mesmo endereço está o advogado de Roseana, Vinicius de Berredo Martins. Ele também é o defensor de duas empreiteiras cujos nomes se confundem com a própria gestão da governadora: a EIT e a Planor. A EIT é a responsável por um dos maiores escândalos do governo, a "construção" de uma estrada ligando Arame a Paulo Ramos, de 127 quilômetros de extensão, ao custo de 33 milhões de dólares, entre 1995 e 1996.

A Planor, que seria de propriedade de Fernando Sarney, embora registrada em nome de humildes "laranjas", é a sócia da EIT na empreitada e com ela dividiu os lucros. O único problema é que a estrada não existe. Vou repetir: a estrada não existe. Ela jamais foi construída. Existe, sim, uma picada de terra batida, por onde desfilam, solenes, jegues e galinhas-d'angola.

Os poucos automóveis que se arriscam na aventura terminam em alguma oficina mecânica, trocando a suspensão, os amortecedores ou até, quem sabe, retificando o motor que fundiu. E, como tudo no Maranhão, a oficina ou concessionário deverá ser de propriedade de algum membro da família Sarney.

(Em tempo: todas as ações sobre a estrada-fantasma foram arquivadas. Em todas as instâncias. Até o doutor Geraldo Brindeiro, aquele da gaveta, arquivou também a representação do deputado Aderson Lago, o denunciante da milionária maracutaia.)

Jorge Murad, o marido da candidata a presidente da República, não desperta amores. Dona Marly, a sogra, segundo se comenta, já gostou mais dele. Os cunhados não gostam muito. Mas José Sarney sempre o defendeu com uma frase lapidar: "O Jorginho não é casado com a Roseana. Ele é casado comigo". Em fins do ano passado, quando sua mulher despontava nas paradas de sucesso, Murad contou com a declarada proteção do sogro.

Sarney telefonou ao dono de um importante jornal de São Paulo pedindo que evitasse a publicação de uma matéria no mínimo embaraçosa para o genro. Conseguiu. Da história, além da influência do velho cacique, restou a explicação dada à redação: "Isso é pura sacanagem. Só porque ele é casado com a Roseana, isso agora aparece. Além do mais, essa matéria é puro machismo contra ela", sapecou a editora.

História triste, reveladora e lamentável

Em meados dos anos 70, a fábrica de óleo de babaçu do empresário Duailibe Murad foi à bancarrota. Um sobrinho, escolhido pela Justiça, foi nomeado fiel depositário de toda a instalação industrial. O rapaz, entusiasmado e revelando o seu caráter, não se fez de rogado: encostou dois imensos caminhões FNM, embarcou toda a maquinaria e a levou até a cidade de Teresina, no vizinho Piauí, vendendo-a a conhecido empresário local. Foi preso dias depois como depositário infiel. Teve direito a algemas, nota em jornal e cela comum. Um escândalo. O jovem em questão chama-se Jorge Murad.

Milha filha, meu tesouro

O pai, fascinado pela herdeira, nunca deixou de escutar seus conselhos políticos. E ela, vaidosa, sempre se acreditou uma expert no assunto. Ministros foram feitos por sua vontade. Dante de Oliveira, um deputado mato-grossense famoso por sua emenda das Diretas Já (contra a qual José Sarney tanto lutou), teve a sorte de trocar a Prefeitura de Cuiabá, onde enfrentava índices assombrosos de desaprovação, por um inócuo Ministério da Reforma Agrária.

Arthur Virgílio Neto, deputado amazonense, disputou o governo de sua terra contra a poderosa máquina de Gilberto Mestrinho e Amazonino Mendes. Quase ganhou. Talvez tenha vencido, sendo vítima de uma proverbial técnica de apuração de votos onde o derrotado ganha. Mas o fato é que a boa retaguarda financeira de sua campanha foi oferecida por uma amiga íntima: Roseana.

Flávio Jussiani Ramos, um rapaz com então pouco mais de 30 anos, sósia de Bill Clinton, chegou pelas mãos de Roseana a diretor da Caixa Econômica Federal. Antes, no Planalto, era conhecido pelo curioso apelido de "assessor da assessora", já que carregava a pasta da amiga Roseana. Um belo dia, ao se sentir excluído de um "esquema" organizado pelo presidente da CEF, Paulo Mandarino, Jussiani recusou-se a assinar a ata de uma reunião de diretoria.

Com isso, centenas de processos seriam paralisados, empresas tiveram prejuízos, mutuários seriam penalizados. Mandarino, muito amigo do presidente da República, exigiu a demissão do moço. Dias depois, foi ele, Mandarino, quem caiu. Flávio ficou e hoje é um homem rico.

Mas a união com Murad, iniciada em 1976, estava indo muito mal. Os comentários tanto sobre as incursões do marido no mundo dos negócios como a respeito das desavenças conjugais eram a cada dia mais freqüentes. "Jorginho" era figura fácil na noite brasiliense, sempre acompanhado nas mesas alegres do extinto restaurante Florentino. Fotos registram essa fase boêmia.

Ele já tinha sido submetido à humilhação de ser drasticamente interrogado pelos senadores José Ignácio e Itamar Franco, na emblemática CPI da Corrupção. Foi, como sempre, frio, monossilábico e evasivo. Mas deixou uma péssima impressão e não conseguiu provar sua inocência em nenhuma das várias acusações que lhe eram imputadas. Roseana, chocada, se distanciou ainda mais.

Logo após, quando o governo do pai já fazia água e os sucessivos pacotes econômicos afundavam um a um, ela resolveu partir. Na verdade, a saúde não estava boa, o casamento tinha acabado e ela havia reencontrado um grande amor da adolescência.

Embora hoje, de todas as maneiras, seus assessores e companheiros de partido tentem omitir, Roseana viveu com Carlos Henrique Abreu Mendes. Generosa, conseguiu com o então governador fluminense Wellington Moreira Franco a nomeação de Mendes para secretário de Meio Ambiente do Estado. O casamento durou até fins dos anos 80.

Em 1990, com o pai buscando um mandato de senador no distante Amapá, Roseana conquista uma cadeira na Câmara dos Deputados, na mais cara campanha já vista no Maranhão. Foi a campeã de votos. Deixou para trás o seu irmão, Sarney Filho, o "Zequinha", um bom sujeito, que morre de medo do mau gênio da irmã.

Em São Luís, sentado numa mesa do Hotel Vila Rica, um dos empresários mais respeitados do Estado e eleitor de Roseana conta a história que todo o Estado comenta: num dia de fúria, a governadora buscou pelo irmão ministro do Meio Ambiente. Cobrava mais atenção, apesar de o mano ter enviado para os cofres do Maranhão mais da metade das verbas disponíveis em sua pasta.

Mas ela, como sempre, queria mais. Queria porque queria e pronto. Assim é Roseana. Zequinha, sabendo da cobrança iminente, escafedeu-se. Foi encontrado por uma irmã transtornada, que se ajoelhou no jardim da casa dele e arremessou uma pedra que espatifou a porta de Blindex em milhares de pedacinhos.

"Essa moça é muito raivosa. E só tem duas amigas: a rainha de copas e a viúva Clicquot", disse um dia o ex-governador Epitácio Cafeteira, o mais popular dos adversários políticos e inimigos pessoais dos Sarney. Foi ele, em 1994, que, por apenas 1 por cento dos votos, não tomou de Roseana o governo do Estado. Ganhou folgado o primeiro turno e por um triz perdeu o segundo, embora existam denúncias impressionantes e documentadas de uma fraude grosseira nas apurações.

O colunista Márcio Moreira Alves, por exemplo, no jornal "O Globo", chegou a denunciar que o próprio Cafeteira teria recebido uma fortuna para ficar quieto, aceitar a derrota e fazer corpo mole em seu recurso junto ao TSE. Jamais qualquer uma das partes respondeu a gravíssima afirmação de Marcito. Já na reeleição, em 1998, até o PC do B engrossou a coligação que deu, de lavada, um segundo mandato para a governadora.

Um cartão tirou o crédito

Ao contrário do que diz o desafeto, porém, Roseana tem muitos amigos. Ela, na verdade, é uma sedutora. Elegante, simpática, bem-humorada, cativa as pessoas e mantém um diálogo inteligente, descontraído e agradável. Em geral, deixa uma impressão muito melhor que os indicadores sociais de seu Estado e o resultado alcançado depois de sete longos anos de reinado absoluto, sem contar os outros 29 sob a batuta de papai.

Os humildes são cativados pelo sorriso bonito. Embora se pareça muito com o pai, no rosto ovalado e até na voz, é uma mulher muito sensual. Os eleitores gostavam de pegar nos seus cabelos na campanha de 1994, quando ela soltava, de propósito, as então longas melenas. Toca (mal) um violão, canta com alguma afinação e desfila na escola Flor do Samba, que neste Carnaval teve José Sarney como tema do samba-enredo.

Roseana tem amigos, sim. Alguns que impressionam pela fidelidade que lhe devotam e outros pela generosidade com que ela os trata. Michael Gartenkrault, por exemplo, um técnico com tumultuada passagem pelo governo de Sarney, hoje é o reitor do ITA, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, uma das melhores instituições de ensino do país.

Soldado de Jorge Murad, tem se dado ao trabalho de ir todos os fins de semana até a casa do amigo, em São Luís, onde ministra impensáveis aulas de Brasil e de conhecimentos gerais à candidata presidencial do PFL! É uma espécie de "intensivão", um pré-vestibular surreal sobre o país, seu povinho e seus problemões.

Magnânima, madame contratou seu mentor intelectual para elaborar um pitoresco Plano de Diretrizes para Oportunizar Negócios para o Maranhão (sic). Custo da farra: 3,5 milhões de reais! Afinal, uma mão lava a outra!

Candidata, Roseana se hospeda toda vez que vai a São Paulo na mansão do banqueiro e mecenas Edemar Cid Ferreira. Uma amizade que vem de muito longe. Márcia, a senhora Edemar, é filha do falecido senador biônico Alexandre Costa, um violento coronel da cidade de Caxias, e amiga de infância. Quando Roseana deixou o Planalto e reencontrou Carlos Henrique, estava deprimida e desgastada. Resolveu viajar, correr o mundo, divertir-se.

E lá se foi para alguns dos lugares que ela mais ama: Monte Carlo, Atlantic City e Las Vegas. É que ela é jogadora compulsiva, apaixonada, incontrolável. Diante do pano verde, seus belos olhos verdes se integram numa simbiose perfeita. O girar da roleta, o tilintar das fichas, a voz do crupiê, a emoção da aposta suprem qualquer deficiência emocional da candidata do PFL à Presidência do Brasil.

E esse fato, sobejamente conhecido no Maranhão, é um trauma para a família, especialmente para o velho pai, que num discurso, em 1993, chegou às lágrimas na tribuna do Senado respondendo uma nota da colunista Danuza Leão, que tratava das peripécias da moça por centros internacionais de carteado.

Esse dolce far niente foi bancado por um expediente que impressiona. Um cartão de crédito internacional, ilimitado, emitido por um banco de Miami, o Schroder, segundo denúncia do "Jornal do Brasil" e da revista "Exame". Dono da conta responsável pelo débito mensal do cartão da felicidade: Edemar Cid Ferreira.

O mesmo Edemar, segundo o JB, seria sócio de Murad num banco no Caribe, o Claymoore Bank, que seria o destino de centenas de milhões de dólares que teriam sido alcançados em excelentes negócios realizados à sombra do governo do sogro e amigo José Sarney.

Em 1994, Roseana e Jorge voltaram a dividir o mesmo teto. Ela era candidata ao governo do Maranhão. Ele, o tesoureiro da campanha. Nos anos de separação, havia se envolvido com a belíssima empresária Carmem Ruete, herdeira de uma usina de açúcar em São Paulo. Tiveram uma filha, hoje com 9 anos. Carmem teve de ir à Justiça para conseguir que Murad reconhecesse a paternidade da menina, a quem não visita e paga uma pequena pensão alimentícia.

"Essa criança e a minha candidatura ao Senado foram a causa do novo casamento do meu irmão com a Roseana. Eles poderiam ter, simplesmente, anulado a separação, mas preferiram casar-se novamente, e com separação de bens. Evitaram que a filha dele herde a espetacular fortuna dos Sarney e impediram a eleição do maior inimigo que eles têm, que sou eu, que fiquei inelegível por ser cunhado da governadora", diz o ex-deputado Ricardo Murad, do PSB do Maranhão, atual secretário de Educação do município de Coroatá.

Ele é um dos mais temidos adversários da oligarquia. E sua presença no cenário político maranhense é quase um flagelo para os Sarney: seu irmão Jorge é o marido de Roseana, sua irmã Teresa é a mulher de Fernando, o filho-empresário de dona Marli e do senador José Sarney.

Ricardo, PhD na família Sarney, é curto e grosso sobre a cunhada: "Faz um governo corrupto, é uma despreparada e vai quebrar o Brasil".

Globo e Roseana: tudo a ver

Se Roseana chegar ao Planalto, cai a profecia de Millôr Fernandes, que se dedicou a desconstruir com rara aplicação a obra literária e o governo de José Sarney. Assim que o ex-presidente deixou o cargo, o humorista disse que só dali a cem anos um outro maranhense seria novamente presidente do Brasil.

Mesmo com números francamente favoráveis, não falta quem não vislumbre futuro na pré-candidatura de Roseana. O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, em entrevista à revista "Época", apostou todas as fichas num segundo turno entre Lula e José Serra, explicando por a + b como a bola de Roseana iria murchar. No mesmo dia em que a revista chegou às bancas, Roseana teve outro dissabor. O jornal "O Estado de S. Paulo" circulou com um artigo demolidor de Mauro Chaves: "Roseana, o charme da miséria".

Nele, o jornalista faz um contraponto do levantamento do IBGE que aponta o Maranhão como líder na pobreza e nas diferenças sociais do país com os casos de corrupção que pipocam naquele Estado. O charme fica por conta das medidas cosméticas e dos efeitos especiais que a governadora usa para edulcorar a dura realidade de sua terra. "Cachaça et circensis", na impagável definição do articulista.

Esse levantamento do IBGE também foi o mote do documento da CNBB maranhense amplamente divulgado na véspera. Dom Affonso Felippe Gregory, presidente da entidade no Maranhão, vaticinou que tais números poderiam afundar a candidata. Vendo a ofensiva, o alarme vermelho acendeu no crânio do velho acadêmico, que saiu em defesa da filha no mesmo dia.

Abandonou o distanciamento que vinha adotando até então. "Em relação a mim, eu posso compreender as injustiças, mas em relação à minha filha não vou ter a mesma atitude", ameaçou na porta de sua mansão brasiliense, ao lado de FHC, que fora ali para dar plena garantia de que não haveria mais agressões a Roseana.

Esta reportagem começou nesse clima. Uma avaliação mais realista só pôde ser feita quando desembarquei em São Luís.

De um radinho de pilha dependurado numa das tendas-padrão do Projeto Reviver, ecoa a voz potente do radialista Roberto Nunes, da Rádio Educadora, comentando a reação intempestiva do pai: "Parece que se tocar na Roseana ela quebra! Parece que é de vento". Parece, mesmo.

O Projeto Reviver, um dos redutos da boêmia e do turismo na ilha, é uma das jóias da bela coroa. Seus preservados casarões coloniais serviram como uma luva para os quatro dias consecutivos de merchandising do turismo nativo na novela O Clone, na semana seguinte ao esperneio de Sarney.

O próprio clone, Léo, pintou na telinha da Rede Globo pela primeira vez nos paradisíacos Lençóis Maranhenses. Uma operação desse tipo não saiu por menos de 1 milhão de reais para o erário maranhense, sem contar toda a infra-estrutura proporcionada pelo governo, segundo especialista do mercado publicitário.

Nos intervalos, inserções de trinta segundos da propaganda política do PFL, Roseana, embalada num de seus corretos terninhos, pontificava: "Um presidente não pode ser presidente de São Paulo, da República da CUT, da República do MST". E, de quebra, imagens da baderna e do quebra-quebra recente na Argentina. José Serra não acusou o golpe, nem na insossa cerimônia de lançamento de sua pré-candidatura presidencial, seguindo conselho de FHC.

Mas o PT, enfim, abandonou a postura olímpica ("A Roseana é problema do PSDB", costumava dizer Lula) e escalou José Dirceu, o presidente do partido: "Tudo o que ela está falando da Argentina aconteceu aqui, no fim do governo Sarney, do qual ela participou... Só não houve renúncia porque se construiu uma saída, quando eles se omitiram e deixaram o Collor de herança".

Sobre o festival maranhense na novela das 8, de inestimável apelo popular, nada. O PT, sem perceber, se omitiu na denúncia de que a Globo, como na edição fraudulenta do debate entre Collor x Lula, em 1989, misturou dramaturgia e propaganda política subliminar, numa operação casada, clara e evidente, que atenta contra a lei e deixa à mostra uma relação comercial e promíscua entre o clã Sarney e o império dos Marinho.

A educação no Maranhão, que apresenta índices vergonhosos, é um capítulo que a Globo, com certeza, jamais passará. Nem a imaginação fértil de dona Glória Perez, no seu folhetim eletrônico e medíocre, poderia contar, por exemplo, que em sete anos de governo dona Roseana não construiu uma única sala de aula. Muito menos, que a educação de 2º grau, à qual 400.000 jovens maranhenses não têm acesso por absoluta impossibilidade, foi substituída por um incrível contrato com a Fundação Roberto Marinho, no valor de 102 milhões de reais!

Quando o deputado estadual Aderson Lago (PSDB) denunciou a trama, a governadora resolveu baixar a cifra para 92 milhões de reais. E o Ministério Público se deu por satisfeito com esse "desconto" de 10 milhões na sangria. Escândalo que se amplia quando se lê a contundente ação da Federação dos Trabalhadores na Educação junto ao Ministério Público, denunciando que os professores serão substituídos por aparelhos de televisão e fitas cassetes da Globo, e que os candidatos selecionados no concurso público aberto (o primeiro em sete anos de governo Roseana!), na verdade, irão funcionar como bedéis, sem ministrar aula alguma, atendendo pelo pomposo apelido de "orientadores de aprendizado".

Como se tudo isso fosse pouco, os 92 milhões de reais são apenas para as fitas. As apostilas dos alunos são por fora. Mais a bagatela de 16 milhões de reais, somente na primeira compra. Editadas por quem? Ganha uma passagem só de ida para a ilha de Curupu, com escala na sofisticada mansão da praia do Calhau, quem respondeu Editora Globo...

Neste mês de fevereiro teremos a primeira turma de formandos do "tele-ensino", batizado pelo povo do Maranhão de "tele-engano". São 124.000 adolescentes. Educadores e pedagogos locais prenunciam um baixíssimo nível de aproveitamento e uma péssima base educacional: "Será um exército de semi-analfabetos. A vantagem é que já sabem, pelo menos, desenhar o próprio nome". Irônico, o professor Paulo Rios, líder dos professores, constata, impiedoso: "Eu conhecia o método Paulo Freire. A Roseana aplicou o método Roberto Marinho".

Um jeito Roseana de governar

Alguns exemplos, dos muitos que poderíamos oferecer aos leitores, de feitos da gestão de Roseana Sarney à frente dos destinos do Maranhão. Nenhum deles, com certeza, será exibido em O Clone...

Projeto Salangô

Num ambicioso projeto de culturas de arroz e de limão irrigadas, sumiram 53 milhões de reais de verbas federais. Nenhum hectare de arroz, nenhum pé de limão foram plantados. O Tribunal de Contas da União, após pareceres de auditores técnicos que visitaram o local, recomendou ao governo federal que não dê mais um real ao projeto.

Pólo de confecções de Rosário

O chinês de Taiwan Chao Kwo Cheng, amigo íntimo de Jorge Murad, arrancou recursos do Banco do Nordeste e do governo estadual e montou um pólo de confecções na região metropolitana de São Luís com a promessa de milhares de empregos.

O projeto, inaugurado por FHC, não passou de um barracão rústico com algumas máquinas de costura e milhares de costureiras frustradas. Fugitivo, com os financiamentos no bolso, Chao acabou preso pela Polícia Federal por estelionato e formação de quadrilha. Solto por obra de um habeas corpus, jamais devolveu um único real dos milhões que conseguiu alavancar com o apoio da governadora.

Lagoa do Jansen

Inaugurado em 30 de dezembro passado, com festa, discurso e foguetório, o Parque Ambiental da Lagoa do Jansen, em São Luís, não resistiu à primeira chuva, duas semanas depois. Tendo custado 70 milhões de reais, enviados pelo mano Zequinha, ministro do Meio Ambiente, o lago artificial de pouco mais de 1 metro de profundidade transbordou, invadindo condomínios de classe média alta e casebres paupérrimos que o rodeiam. Dejetos, matéria vegetal não retirada e sujeira desmoralizaram o que Roseana havia chamado dias antes de "a nossa Lagoa Rodrigo de Freitas". A despoluição, item mais caro do dinheiro gasto, simplesmente não foi feita.

Favorecimento à OAS

O jornalista Walter Rodrigues calcula em quase meio bilhão de reais as obras entregues por Roseana à notória empreiteira baiana OAS, sem falar nas denúncias de ligação com Antonio Carlos Magalhães. O projeto Italuís, de duplicação da adutora do Rio Itapicuru, no montante de 300 milhões de reais, além do projeto da Lagoa do Jansen, entre outros, são executados pela OAS. Em todos, irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União.

Caminhando pelas ruas do centro histórico de São Luís, o jornalista Walter Rodrigues é alvo da curiosidade, da admiração e de muitos cumprimentos. Mal chegado aos 50 anos, paraense de nascimento, ele é o homem que mais conhece, enfrenta e combate a oligarquia local.

Sério, comedido, bem-humorado e com uma coragem pessoal absoluta ("Esse tem colhões", observou um deputado governista), Walter é colunista de um diário cinqüentenário, o destemido "Jornal Pequeno" (http://www.jornalpequeno.net/), único órgão de oposição na imprensa maranhense. Ele sabe muito.

Sabe tudo de Sarney e de sua turma. Mas ele é só perguntas para mim: "Será que o Brasil não aprendeu com Collor?" "Como é que um homem de origem modesta pode ser um empresário riquíssimo, dono de rádios, televisões, jornal, imóveis, como é o Sarney hoje?" "A memória nacional se esqueceu do que foi o fracasso de seu governo, com 80 por cento de inflação ao mês e casos de corrupção piores que os da era Collor?" "O governo de Roseana é um desastre. Com os indicadores sociais que temos, segundo a revista "Veja", se o Maranhão fosse um país, seria o segundo mais miserável das Américas, perdendo só para o Haiti."

O jornaleiro da rua do Egito escuta. Calça uma sandália havaiana. Sua camiseta rota traz a propaganda do jornal "Estado do Maranhão", propriedade da família Sarney. "Ela quer fazer no Brasil o que não consegue fazer no Maranhão", diz, tomando coragem. Sua boca mostra um sorriso triste. Só tem um dente.

A distância que nos separa da posse de José Sarney, em 31 de janeiro de 1966, é de exatos 36 anos. Mas parece ser de poucos dias. Quem sabe, até, se esse jornaleiro não é o filho daquele tuberculoso. O do filme de Glauber Rocha. Mas isso pouco importa. Nizan Guanaes não irá mostrá-lo nos intervalos de O Clone.

quinta-feira, 12 de março de 2009

SARNEY E O DIABO

SARNEY E O DIABO


Em uma de suas viagens no jatinho do laranja dono de uma faculdade maranhense, Sarney com aquele pijama de seda, fazia a leitura diária de seu Maquiavel em um aposento privativo do avião. No mesmo vôo, vinha sua assessoria e os puxa, quando em dado instante, eis quem aparece, ele mesmo, o capiroto. Nesse instante, para não perder a viagem, o coisa ruim disse que o jato ia cair e todos iriam morrer e começou a fazer o avião balançar muito. Apavorados, os assessores foram até a cabine onde se encontrava o tranqüilo chefe e contaram o que estava acontecendo. Zangado, o Senador saiu do cômodo e foi ter com o capa preta e perguntou-lhe:

Sarney: você sabe quem sou eu?

O diabo: sim, o Sarney

Sarney: você sabe quem mandou prender o Zé Reinaldo usando seu prestigio junto a justiça e até a PF para satisfazer os caprichos de uma filha mimada?

O diabo: Com certeza, foi Vossa Excelência.

Sarney: você sabe quem manda no Amapá e até no desafeto Capiberibe?

O diabo: é o Senhor.

Sarney: você sabe quem não deixou o atual Governador do Estado do Maranhão trabalhar e irá tirá-lo do cargo no tapetão?

O diabo: O senhor é fogo, não há dúvida que é o senhor.

Sarney: você sabe quem manda no Lula e em meia duzia de petistas?

O diabo: O Senhor é claro.

Sarney: você sabe quem mandou durante quarenta anos no Maranhão, transformando-o no Estado mais pobre do Brasil e tem o menor IDH do País. Construiu também um mausoléu num lugar que era do Estado só pra satisfazer seu ego?

O diabo: É demais, foi Vossa Excelência.

Sarney: sabe quem dá as cartas na Eletronorte, BNDES, Ministério das Comunicações, Correios, Petrobrás e tem grandes influências em quase todos os Ministérios e na Câmara dos Deputados.?
O diabo: não tenho dúvidas que é Vossa Excelência.

Sarney: você sabe quem é sócio de um Banco em Miami, foi sócio do ex Banco Santos, é sócio de uma Indústria de automóveis na Índia, sócio de um grande hospital, de um shopping e de dois prédios na avenida mais movimentada de São Luís, além de possuir vários quadros famosos e livros raros em uma Ilha?

O diabo: isso nem eu sei dizer de quem é, mas na dúvida... acho que é de um senador...

Sarney: sabe quem Ricardo Murad chama de painho e toma a benção todo dia por telefone antes de sair de casa.
O diabo: francamente, é o senhor.
Sarney: você sabia que agora sou Presidente do Senado só para abafar uma investigação da PF e tirar o Tasso Genro, tudo isso pra mostrar pro Lula quem manda?

O diabo: tu és pior que eu, porra!

Sarney: sabe quem possui o maior império de comunicação do Brasil para manipular pessoas em um Estado que tem um dos maiores índices de analfabetismo do país?

O diabo: cruz credo, és tu.

Sarney: sabes quem é meu genro?

O diabo: vou enfartar...
Sarney: Se liga, se eu morrer, com certeza, vou pro inferno.

O diabo: vai pra lá coisa ruim.

Nesse instante o capiroto sumiu e o avião voltou a não mais balançar e tudo ficou como antes. Moral da história. Até o diabo tem medo do que Sarney pode fazer no inferno. Que coisa!

Piada contada na Praça João Lisboa (MA) pelos fogosos frequentadores do largo em frente aos correios.

domingo, 8 de março de 2009

É BOM REVIVER.....PRA NAO ESQUECER!!!! REVISTA VEJA 18/04/2001

A fraude está até na placa
Roseana e Murad trabalharam para conseguir dinheiro público para a Usimar, o megaescândalo da Sudam que teria sido a fábricade autopeças mais cara do mundo

Reportagem
Alexandre Oltramari
Ana Araujo

A placa informa o preço absurdo da Usimar de 1,38 bilhão de reais: sobraram ruínas e suspeitas

VEJA de 18/4/2001:
a reportagem que desvendou a máfia que atuava na Sudam


De imponente mesmo o projeto Usimar tem o preço. Como mostra a placa ainda fincada diante do terreno onde ela se ergueria, a fábrica de São Luís do Maranhão custaria, numa primeira fase, 1,38 bilhão de reais. O investimento total seria de 1,7 bilhão. É dinheiro demais para uma empresa que se propunha a fabricar peças de automóveis, especialmente aquelas mais brutas, pesadas, como os blocos de motor, cabeçotes e cubos de roda. Isso sem que se encontre uma única indústria de automóveis nas redondezas. A mais próxima fica em Camaçari, na Bahia, a 1.600 quilômetros de distância. De lá vem uma boa comparação para medir a megalomania do natimorto projeto maranhense.

Em Camaçari, a Ford está em fase final de ajustes de sua fábrica que vai produzir 250.000 carros por ano. A unidade da montadora é abastecida por 29 empresas de autopeças instaladas na região. Pois bem, o investimento somado de todas essas empresas fornecedoras da Ford em Camaçari empata com o custo projetado da Usimar de São Luís do Maranhão. Um espanto. Se as fraudes não tivessem sido descobertas pelo Ministério Público, a Usimar teria custado dezenas e até centenas de vezes mais que fábricas de autopeças em funcionamento no Brasil e no mundo.
Rodolfo Buhrer

O que primeiro chamou a atenção dos procuradores que hoje investigam a escandalosa empreitada maranhense foi justamente o fato de esse megaprojeto, totalmente atípico pelo volume de dinheiro público envolvido, ter tido uma tramitação rotineira, descuidada até, na Sudam e no governo de Roseana Sarney no Maranhão, órgãos responsáveis por sua viabilização financeira. A Sudam precisou de apenas quatro dias para aprovar um investimento de metade do custo inicial da Usimar, de 690 milhões de reais, equivalente ao orçamento de um ano da entidade. A outra metade viria do sócio privado, o paranaense Teodoro Hübner Filho, dono de uma fábrica de autopeças em Curitiba.

Apesar de conceituada fornecedora de blocos de motores da Volkswagen e da Ford, a New Hübner, empresa de Teodoro, fatura apenas 50 milhões de reais por ano e nem de longe teria cacife para bancar a contrapartida exigida pelo projeto Usimar. Mesmo assim, o projeto foi aprovado em agosto de 1999 sem questionamento, como se fosse o de um ranário qualquer. Em poucos meses, 44 milhões de reais da Sudam foram repassados aos responsáveis pelo projeto. Três anos depois, a Usimar exibe aquela face típica das empreitadas da Sudam: é investigada por fraude e desvio de dinheiro, enquanto a obra é apenas um terreno baldio com alguns barracões e pilotis que começam a ser comidos pelo mato.

Desde a sua criação, existe a suspeita de que o clã Sarney tenha sido providencial para a aprovação do projeto Usimar. Os procuradores que investigam a fraude encontraram diversas pistas sobre o envolvimento dos Sarney no processo. Na gigantesca operação de escuta que fez de fraudadores da Sudam no ano passado, a Polícia Federal captou alguns diálogos em que se cita o nome do senador José Sarney.

Num trecho ainda inédito do grampo telefônico autorizado pela Justiça, um fraudador diz que "o projeto da Usimar é do Sarney". Outro, também flagrado pela escuta, conta que "a filha dele (Roseana) tem interesse de aprovar". As fitas, obviamente, nada provam. Fraudadores têm como hábito citar nome de gente poderosa para impressionar seus interlocutores. Na semana passada, porém, surgiram evidências mais comprometedoras entre os documentos apreendidos pela Polícia Federal na empresa de Roseana Sarney e de seu marido, Jorge Murad, a Lunus, de São Luís. Numa pasta, os policiais encontraram uma carta endereçada a Murad com tópicos como "Usimar – Pendências" e "Resumo do Projeto". A polícia achou também um documento enviado pela Sudam, via fax, a Jorge Murad. É o ofício DAI 695/99, de setembro de 1999. Ele é assinado pelo então superintendente da Sudam, José Artur Guedes Tourinho, e endereçado à Usimar. Nessa época, a empresa tinha apenas um mês de vida. Os policiais se perguntam agora que estranha coincidência teria feito com que documentos da Sudam sobre a Usimar fossem parar no escritório particular de Murad, que, oficialmente, nada tem a ver com o projeto.

"Coincidências, quando se repetem demais, não são apenas coincidências. Indicam uma tendência que precisa ser investigada", disse a VEJA um dos envolvidos na apuração. A investigação feita até agora mostra um empenho especial da governadora do Maranhão e de Murad no fulminante processo de aprovação do projeto Usimar. A pedido de Roseana, o projeto foi incluído na pauta do Conselho Deliberativo da Sudam (Condel) apenas vinte dias antes da reunião. Projetos muito menos complexos ficam normalmente até seis meses na fila. O superintendente Tourinho precisou somente de quatro dias para dar seu parecer favorável e levar o projeto a votação no Condel, que era presidido justamente por Roseana. O projeto foi aprovado por dezenove votos a favor e um contra, dado pelo superintendente da Receita Federal em Belém do Pará, José Tostes Neto, representante do Ministério da Fazenda no Condel. Conforme depoimentos colhidos pelos procuradores que investigam o caso, Murad tentou mudar o voto de Tostes. O representante do Ministério da Fazenda pediu para ver as declarações de imposto de renda dos controladores da Usimar. Disseram-lhe que os documentos estavam numa sala ao lado. Mas na sala ao lado Tostes encontrou o marido de Roseana, Jorge Murad, e o dono oficial da Usimar, Teodoro Hübner Filho. "O investimento é bom para o Maranhão, Tostes. Fique tranqüilo. Conheço bem esse pessoal. É gente séria", disse Jorge Murad a José Tostes Neto. Tostes relembra o diálogo e afirma que não ficou convencido com as palavras de Murad. Manteve o voto contra. "Era visível que a empresa não tinha capacidade financeira para executar o projeto", diz Tostes. Não tinha mesmo. Os procuradores resolveram intervir quando constataram que a empresa de Hübner não colocara um tostão no negócio enquanto a Sudam já tinha despejado dezenas de milhões de reais de dinheiro público na arapuca.

Um aspecto fundamental do projeto Usimar que parece ter sido esquecido até pelos investigadores é sua flagrante irracionalidade econômica. No projeto original, informa-se que a Usimar produziria peças pesadas a partir de ferro comprado da Vale do Rio Doce. Parte da produção seria vendida para a Volkswagen, a Ford e a Audi. Outra parte seria exportada. Os especialistas dizem que esses fundamentos são equivocados. "Não faz sentido uma empresa de autopeças instalar-se no Maranhão se tiver que vender para São Paulo. Ainda mais quando o produto é muito pesado e caro para transportar", diz o consultor Diogo Clemente, especialista em indústria automobilística. Os clientes potenciais citados no projeto nunca o levaram a sério.

Na Volkswagen foram feitas duas reuniões de diretoria para examinar o assunto. "Concluiu-se que seria desastroso ter o nome da companhia vinculado a um projeto tão cheio de falhas", lembra um alto funcionário que participou das reuniões. Na Ford a reação foi a mesma. "A empresa nunca cogitou de ter a Usimar como fornecedora", afirma um diretor da Ford. Demorou dois anos e custou 44 milhões de reais para que se descobrisse que a Usimar era apenas uma empresa fantasma que ainda vai assombrar muita gente.

FERNANDO SARNEY PAGA MESADA DAS FILHAS COM CAIXA 2 DA MIRANTE

Fernando usou Caixa 2 da Mirante até para pagar “mesada” das filhas
Por: Oswaldo Viviani
Data de Publicação: 8 de março de 2009


A ‘ala jovem’ feminina da oligarquia recebeu de R$ 4 mil a R$ 24 mil mensais, de 2006 a 2008, a título de ‘mesada’; as quantias não foram declaradas ao Fisco

No bojo das investigações (Operação Boi Barrica) que apontaram o superintendente do Sistema Mirante, Fernando José Macieira Sarney, como chefe de uma organização criminosa (ORCRIM) com tentáculos atuantes em órgãos federais estratégicos – e que resultaram no pedido de sua prisão e de mais de uma dezena de pessoas no ano passado –, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal descobriram um rosário de crimes cometidos pelo “esquema Fernando”, que vão da formação de quadrilha à fraude em licitações, passando por tráfico de influência e evasão de divisas, entre outros ilícitos. Mas a PF e o MPF dirigiram seu foco investigativo especialmente para os golpes da ORCRIM contra o sistema financeiro nacional.

Bastou os órgãos investigativos botarem os olhos na forma como atuam as três empresas do Grupo Mirante – TV Mirante, Gráfica Escolar e São Luís Factoring – para terem certeza de que Fernando e sua mulher e sócia Teresa Cristina Murad Sarney criaram um imenso “Caixa 2” no Sistema Mirante, alimentado pelas operações escusas entabuladas por esse trio de empresas.

Em meio às várias irregularidades descobertas pela PF e pelo MPF, advindas dessa engenharia financeira marginal – como suspeita de financiamento ilegal de campanha eleitoral, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos –, consta até mesmo o pagamento de “mesadas” às filhas de Fernando Sarney.

‘Mesadas’ vultosas – De acordo com o que foi apurado em “grampos” da PF, realizados com autorização judicial, boa parte da “ala jovem” feminina da oligarquia – Ana Clara Murad Sarney; Paula Renata Pessoa de Torres Câmara Araújo Sarney; Maria Beatriz Brandão Cavalcanti Sarney, a “Bia”; Ana Theresa Sarney, a “Teca”; e Maria Adriana Sarney – recebeu altas somas de dinheiro (de R$ 4 mil a R$ 24 mil mensais), entre 2006 e 2008, a título de “mesada” (veja diálogos nos textos em destaque).

Os pagamentos foram feitos por Luzia de Jesus Campos de Sousa – responsável pela área administrativa da Mirante e que também administra a São Luís Factoring, uma empresa sem nenhum funcionário e que só trabalha com o grupo Mirante.

Para a PF e o MPF, Luzia Campos de Sousa tem conhecimento e participa das atividades ilícitas do “esquema Fernando”. Os investigadores descobriram que ela usou uma irmã – Maria Raimunda Campos Barbosa – como “laranja” do grupo. Moradora de uma casa simples num dos bairros mais pobres de São Luís, a Cidade Operária, Maria Raimunda foi beneficiada com 23 cheques nominais da São Luís Factoring, totalizando mais de R$ 350 mil, todos sacados em espécie na boca do caixa do Bradesco (agência 1037, São Francisco).

Dinheiro não declarado – A dinheirama distribuída às filhas de Fernando Sarney pode ter servido apenas para suprir a vida nababesca que as meninas levam em São Luís e outros cantos “descolados” do país, mas os órgãos investigativos desconfiam de que a família toda participa de um esquema para driblar o Fisco e as leis financeiras brasileiras. Eis o que os delegados federais Márcio Adriano Anselmo e Thiago Monjardim Santos concluíram nessa parte do inquérito (páginas 36 e 37) sobre o “caso Fernando”, ao qual o Jornal Pequeno teve acesso:

“Observa-se que a São Luís Factoring serve também como um grande caixa para as movimentações pessoais de membros da família [Sarney]. Vale frisar que Fernando Sarney se utiliza de Luzia de Jesus Campos de Sousa para fazer pagamentos para os filhos. (...) Cabe mencionar que todos tiveram o sigilo fiscal e bancário quebrados e foi constatada movimentação, por exemplo, de Paula Renata [Pessoa de Torres Câmara Araújo Sarney], em que pese tenha apresentado Declaração Anual de Isento, em 2006, a mesma movimentou [nesse ano] quase R$ 150 mil, chegando a movimentar em conta corrente, num só mês, mais de R$ 24 mil. No que tange a Fernando Sarney, não há em suas DIRPF [Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física] declaração dos mesmos [filhos] como seus dependentes.”

Relata, ainda, o inquérito da PF (página 37):

“Foi monitorada mensagem de correio eletrônico entre Ana Clara Murad Sarney e Tetê [Teresa Cristina Murad Sarney, sua mãe], tendo como anexo o pedido de movimentação de valores no exterior, que monta a quantia de 1 milhão de dólares [The Hongkong and Shanghai Banking, em Qingdao, China]. Vale ressaltar que os dias que antecederam tal troca de mensagens foram marcados por várias ligações entre Fernando, Tetê e Ana Clara, com o objetivo de localizar algum documento num dos cofres da casa deles, em São Luís, uma vez que Tetê estava em São Paulo.”

Filha cúmplice – Nas páginas 38 e 39, a PF prossegue:

“Assim, percebe-se que Teresa Murad e Fernando Sarney gerenciam os negócios da família em São Luís, sendo que a filha Ana Clara participa ativamente das atividades ilícitas da família. A título de exemplo, a mesma foi incluída no quadro societário da São Luís Factoring.”(...)

“No contato com o empresário Paulo Guimarães, fica evidente a participação de Ana Clara nas atividades de seus pais. Inicialmente, Fernando Sarney, em diálogo com Paulo Guimarães, fala sobre negócios, acertam se comunicar por mensagem de texto e Fernando acha melhor que Paulo mande a mensagem para outra pessoa. Posteriormente Fernando liga para Ângela, sua secretária, e pede para que a mesma entre em contato com Paulo, dizendo ao mesmo que encaminhe mensagem para sua filha Ana Clara. Por fim, Fernando liga para Ana Clara avisando a mesma [diz que Paulo está tratando ‘daquele negócio’ para eles]. Ana Clara recebe as mensagens transcritas, as quais, embora cifradas, denotam, pela situação em si, não tratar-se de algo lícito, até pela maneira como buscaram se evadir.”

Veja o teor das mensagens trocadas entre Ana Clara e Paulo Guimarães e conversas “grampeadas” entre Luzia de Jesus Campos de Sousa e algumas das filhas de Fernando Sarney, que comprovam que elas movimentam grandes quantias, não declaradas, de dinheiro – oriundas, segundo a PF do “Caixa 2” do Sistema Mirante.

conversas grampeadas pela polícia federal

Troca de mensagens entre Ana Clara e Paulo Guimarães, em 4 de março de 2008

PAULO GUIMARÃES: Você quer receber aí no Rural na próxima semana ou junto aqui e até a próxima semana pega aqui tudo de uma vez, você que escolhe.

ANA CLARA: Como seria essa entrega aqui? Quem pegaria? Como seria feito?

PAULO GUIMARÃES: Duas carradas de leite Ninho e duas de Pelargon preços da Nestlé com nota fiscal do distribuidor do Piauí, você arranja quem pega aí.

Diálogo entre Luzia Campos de Sousa e Fernando Sarney (1º/2/08)

RESUMO: LUZIA diz para FERNANDO que já depositou R$ 2 mil na conta da filha dele (Paula Renata) e que ela ligou pedindo mais R$ 600 para pagar abadás do carnaval de Salvador. FERNANDO diz para LUZIA fazer jogo duro. LUZIA diz que colocou o dinheiro das outras filhas de FERNANDO na conta e que colocou o dinheiro da esposa dele no HSBC certinho.

Diálogo entre Luzia e Paula Renata Pessoa de Torres Câmara Araújo Sarney (19/2/2008)

RESUMO: Paula Renata fala que o pai autorizou pagar a faculdade. Luzia diz que pagou R$ 4 mil de “mesada” a Paula Renata.

PAULA RENATA: Acabei de falar com meu pai e ele falou que vai autorizar-te a fazer o depósito, porém eu estava conversando agora com o pessoal do Financeiro (...) é o seguinte: noite, 756, aí tem que pagar janeiro e fevereiro, aí março você já sabe que é 756 também, tá?

LUZIA: Tá, agora deixa eu te dizer, falaste com teu pai como é que fica a partir de março? Porque eu tinha incorporado, era R$ 4 mil que eu mandava pra ti, aí eu incorporei 650, que era a faculdade.

PAULA RENATA: Bota mais 100.

LUZIA: Ah, tá. Então é só botar mais 100.

PAULA RENATA: Ou então vamos fingir para ele [FERNANDO] que esses 650 você já me dava e vamos pedir mais 756.

LUZIA: Se tu pedir para ele e ele não me perguntar, porque ele sabe da época que eu incorporei...

PAULA RENATA: Tu pode esquecer, Luzia, não lembra ele... Qualquer coisa em março você coloca 100 reais a mais porque a mensalidade aumentou. Você consegue me mandar isso amanhã?

LUZIA: Eu vou falar com ele de manhã e já mando amanhã.

PAULA RENATA: É duas vezes de 756 e em março 100 reais a mais.

LUZIA: Tá.

Diálogo entre Luzia e Maria Beatriz Brandão Cavalcanti Sarney, a “Bia” (25/1/2008)

RESUMO: LUZIA diz que depositou R$ 10 mil na conta de ‘BIA’

Diálogo entre Luzia e Maria Beatriz, a “Bia” (26/2/2008)

RESUMO: “BIA” pede para LUZIA depositar R$ 3.100 na conta dela. “BIA” diz que o FERNANDO depois irá autorizá-la.

Diálogo entre Luzia e Ângela, secretária de Fernando Sarney (1º/3/2008)

RESUMO: ÂNGELA fala para LUZIA que DONA TERESA [MURAD SARNEY] mandou faturar tarifa aérea para MARIA ADRIANA [SARNEY] pela Mirante.

Diálogo entre Luzia e Ana Theresa Sarney, a “Teca” (3/3/2008)

RESUMO: “TECA” pede R$ 700 a mais na sua “mesada” para pagar um tratamento estético.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Dois impérios do Maranhão, os Sarney e os Murad

Dois impérios do Maranhão, os Sarney e os Murad, aparecem unidos na suspeita de fraudar a Sudam


Na trajetória de Jorge Francisco Murad Júnior, 49 anos, há uma conjunção constante: política e negócios. Na década de 70, quando se casou pela primeira vez com Roseana Sarney, participava dos movimentos políticos da época e já se interessava por economia – curso que acabou concluindo numa faculdade particular em Brasília. Nos anos 80, teve uma influência decisiva nos rumos do governo do seu sogro, o ex-presidente José Sarney. Com um gabinete no 4º andar do Palácio do Planalto, fazia política nos bastidores, conhecia detalhes dos grandes negócios do Estado e dava até palpites nos rumos da política econômica, celebrizada na época pelo Plano Cruzado.

Na década de 90, tornou-se o secretário todo-poderoso do governo de sua mulher no Maranhão, no qual toma conta de praticamente todo o Orçamento do Estado, e não se descuidou dos negócios pessoais. Hoje, é dono de cinco empresas, cujas áreas de atuação vão do turismo à distribuição de combustíveis. É justamente no caldeirão em que se misturam política e negócios que Jorge Murad afundou-se ainda mais na semana passada.

A devassa da Polícia Federal no escritório da Lunus em São Luís, empresa que pertence a Roseana e Murad, descobriu um documento que só reforça as suspeitas de envolvimento do casal nas milionárias fraudes da velha Sudam. Na lista do que foi apreendido pela polícia está o "plano de contas" da Lunus, documento semelhante a uma contabilidade. Nesse "plano de contas", há um espaço específico para descrever "ativos" e "investimentos" da Lunus – e ali, bem ali, aparece o nome da Agrima Agricultura, Indústria e Comércio de Calcário Ltda. A informação é cabeludíssima por duas razões. A primeira: a Agrima é suspeita de ter desviado entre 10 milhões e 15 milhões de reais da Sudam, num projeto agrícola chamado Nova Holanda. A segunda razão é que Jorge Murad sempre negou que tivesse relação comercial com a Agrima. Sabia-se que a Lunus e a Agrima haviam sido sócias apenas até 1994. O "plano de contas" descoberto agora é referente ao ano de 2000. E sugere que a Lunus mantém uma relação comercial de "ativos" e "investimentos" com a Agrima, que é suspeita de ter arrombado os cofres da Sudam. E agora, Jorge?

A suspeita volta a montar aquele explosivo caldeirão de política e negócios. Quando for analisado o conteúdo integral dos documentos apreendidos pela polícia na empresa de Murad e Roseana, será preciso prestar atenção a esse detalhe explosivo da Agrima. Se ficar demonstrado o que até agora é um indício, o país saberá que Jorge Murad e sua mulher, candidata à Presidência da República, têm uma sociedade oculta com uma empresa envolvida em falcatruas na Sudam. Na devassa no escritório da Lunus, a Polícia Federal também apreendeu uma lista de contribuintes das campanhas de Roseana Sarney. Ali, constata-se que a boa relação comercial entre as empresas também se desdobrava no campo político. Em 1994, quando Roseana concorreu a seu primeiro mandato no governo do Maranhão, a Nova Holanda contribuiu com 50.000 reais, em valores de hoje, para sua campanha eleitoral. Em 1998, voltou ao caixa da candidata: 25.000 reais.

Jorge Murad é um homem discreto, que gosta de ficar longe dos holofotes. Suas raras entrevistas costumam ser dadas apenas à TV Globo do Maranhão, de propriedade da família Sarney. Mesmo atuando nos bastidores do poder, primeiro na passagem do sogro pelo Palácio do Planalto e agora no governo da mulher no Maranhão, Murad sempre acaba atraindo a atenção – e pela via mais barulhenta. No governo Sarney, durante meses foi o principal personagem de uma CPI criada para apurar denúncias de corrupção. Na época, suspeitava-se de que o reajuste de contratos mantidos com empreiteiras e fornecedores da União fora uma ação entre amigos. A investigação produziu uma tremenda algaravia, acabou em pizza, mas rendeu a Murad um inimigo eterno: o então ministro do Planejamento de Sarney, Aníbal Teixeira. O ex-ministro, num livro lançado em 1988 sob o título Calúnia, alega que foi demitido porque não cedia ao lobby de Murad em favor de grandes empreiteiras. "Ele exercia pressão constante e agia não por interesses propriamente políticos ou despretensiosos", diz Teixeira.

As relações de Murad com empreiteiras são antigas. Nos tempos do governo Sarney, vozes subterrâneas falavam do envolvimento de Murad nas suspeitas de superfaturamento da hidrelétrica Cabeça de Cavalo, um projeto de mais de 1 bilhão de reais construído pela empreiteira Odebrecht. Em 1988, quando se separou de Roseana, com quem se reconciliaria seis anos depois, Murad acabou deixando o governo de Sarney e decidiu mudar-se de Brasília para o Rio de Janeiro. Ali, passou a morar num apartamento emprestado por João Mussurunga, que trabalhara como lobista da empreiteira OAS em Brasília – a mesma que se tornaria, mais tarde, a rainha das verbas sociais do governo de Fernando Collor. A amizade dos dois nunca se desfez.

Hoje, o ex-lobista da OAS, após ocupar outros cargos no governo de Roseana, é secretário particular da governadora. Na biografia de Murad, não existe uma condenação nem acusações comprovadas, mas seu nome quase sempre aparece nas bordas de negócios nebulosos.


Murad, nos tempos da CPI da Corrupção no governo Sarney: pizza e inimigo eterno Orlando Brito

Filho de uma família modesta, que nos anos 70 era dona de uma cantina de escola e uma padaria, Murad tornou-se um homem abastado – de dinheiro e de encrencas. Entre 1975 e 1976, quando estava começando a carreira que o tornaria rico, ele viveu sua primeira trapalhada. Uma empresa que pertencia a um tio do empresário foi à lona. Era uma beneficiadora de óleo de babaçu que, ao falir, perdeu as condições de pagar algumas dívidas. Suas máquinas então foram apreendidas e Murad foi escalado como fiel depositário. Como os débitos não foram pagos, ele foi parar na delegacia acusado de depositário infiel. Foi um contratempo constrangedor, mas que pode acontecer na vida de um empresário em dificuldades. Só havia um detalhe que, hoje em dia, se torna curioso. O contador da empresa falida era Aldenor da Cunha Rebouças – que atualmente é dono, em São Luís, da consultoria AC Rebouças, acusada de ser a central maranhense na produção de projetos irregulares na Sudam.

Em 1976, Murad casou-se pela primeira vez com Roseana. Foi o matrimônio de dois clãs. De lá para cá, o empresário e sua família deixaram no pó do passado os tempos de cantina e padaria. Hoje, são donos de um respeitável cardápio de propriedades urbanas e rurais. O clã dos Sarney, no entanto, não encontra concorrente à altura no Estado. Desde que entrou para a política, há 46 anos, o patriarca José Sarney passou pouco mais de três anos sem mandato, logo no início da carreira. Ainda assim, construiu uma das mais vistosas fortunas erguidas por um político.

No Maranhão, numa hipérbole jocosa, costuma-se dizer que os Sarney só não são donos do mar. Erguida pelo ex-presidente em meio à labuta política, a fortuna visível dos Sarney está quase toda registrada em nome dos filhos. Na área empresarial, o clã é dono de quatro emissoras de televisão, que transmitem a programação da Rede Globo para todo o Estado. O grupo também controla o jornal O Estado do Maranhão, o maior diário de São Luís. É dono ainda de catorze emissoras de rádio espalhadas pela capital e pelo interior.

No setor imobiliário, os Sarney também são um sucesso. Em São Luís, a sede do clã é a Casa do Calhau, uma mansão colonial, cercada por coqueiros de babaçu, que ocupa um quarteirão inteiro (cerca de 20.000 metros quadrados) na área mais nobre da cidade. Ali, Sarney cultiva pés de romã durante o inverno e recebe os amigos para conversas ao pé do ouvido. Para as horas de lazer, os Sarney dispõem da Ilha do Curupu, uma reserva ambiental privada localizada nas proximidades de São Luís, à qual só é possível chegar de barco ou avião. A área tem cerca de 2.500 hectares e é um dos poucos bens herdados pela família. A ilha abriga uma mansão e logo receberá outra: a casa que está sendo construída pelo casal Jorge Murad e Roseana Sarney. Contando com as propriedades em Brasília (duas mansões no Lago Sul, o bairro mais nobre da cidade, mais um sítio) e no Rio de Janeiro (um apartamento no Leblon e uma casa no badalado balneário de Búzios), o patrimônio visível dos Sarney chega aos 125 milhões de reais.

Entre 1988 e 1994, período em que ficou separado de Roseana, o primeiro-genro resolveu dedicar-se aos negócios e ficou um pouco afastado das sombras do poder. Nesse período, criou três das cinco empresas que tem até hoje: a Bel-Sul Administração e Participações, a Lunus Serviços e Participações e a Pousada dos Lençóis. Murad é sócio ainda em outras duas firmas, a Credita Factoring e a Agrodiesel Lubrificantes e Diesel, ambas fora de atividade. Com a eleição de Roseana para o governo do Estado em 1994, Murad retomou sua prática de atuar nas franjas do poder. No primeiro mandato, ele comandou a Secretaria de Planejamento. No segundo, sua participação foi ainda mais intensa, lembrando os tempos em que atuava no Palácio do Planalto do sogro. Assumiu a principal secretaria do governo de Roseana. Concentra em seus domínios áreas vitais, como economia, indústria, comércio, ciência, tecnologia, turismo e agricultura. Se algo não passa por Murad, é sinal de que não tem importância. Se tem, Murad está lá.

Um exemplo. Um dos maiores empresários do Piauí, João Claudino, dono de um conglomerado de companhias, tentava montar um shopping em São Luís. Pretendia instalá-lo nas imediações do Tropical Shopping Center, com 170 lojas, uma sociedade entre membros da família Murad. Seria uma concorrência e tanto ter dois shoppings tão próximos um do outro, mas o negócio não avançava – até que começaram a surgir sussurros de que nunca avançaria, a menos que Murad tivesse uma participação no novo shopping. Nada foi confirmado, mas o negócio só deslanchou depois que João Claudino admitiu como sócio no empreendimento o empresário Miguel Ethel, de São Paulo, um velho amigo de Jorge Murad. O primeiro-genro possui o dom de sempre ter seus amigos instalados em lugares relevantes para os próprios negócios. Outro exemplo. O edifício em São Luís onde ficam as sedes das empresas de Murad, inclusive a Lunus, que sofreu a devassa da PF, foi construído num terreno que hoje está no nome da construtora Pleno, cujo principal acionista, Severino Francisco Cabral, é amigo e sócio de Murad.

Um dos bons negócios que o governo do Maranhão proporcionou aos empreiteiros foi a construção da estrada que leva a um parque na região dos Lençóis Maranhenses, um dos paraísos do litoral do Estado. A rodovia, que encurtou em cinco horas o tempo de deslocamento da capital a essa parte do litoral, custou 37,5 milhões de reais ao governo estadual. A construtora escalada para o trabalho chama-se Sucesso – e seu dono vem a ser aquele mesmo empresário do Piauí, João Claudino, que tanta dificuldade teve para construir um shopping em São Luís. João Claudino, desde que fez a sociedade com o amigo de Murad, não tem do que reclamar. Sua empreiteira, nas duas gestões de Roseana, já conseguiu seis belos contratos com o governo do Estado.

Há duas semanas, José Sarney ficou sabendo que partidários do tucano José Serra estariam espalhando uma história felpuda sobre sua família: a de que Fernando Sarney, o filho que cuida dos negócios do clã, teria recebido uma propina de 53 milhões de reais na privatização da estatal de energia elétrica do Maranhão, a Cemar, vendida por cerca de 600 milhões de reais. "Propina de 53 milhões? Imagine uma coisa dessas", reagiu Sarney, ao saber da história. Quem a espalhou acrescentou ainda que a empresa compradora da Cemar, a americana PPL, da Pensilvânia, teria descoberto o pagamento da propina. Hoje, a PPL – ninguém sabe por quê – mostra-se desinteressada do negócio e quer devolver a empresa de energia elétrica ao Estado. Se isso acontecer, será mais um abacaxi dos grandes, que, por ser grande, certamente cairá no colo de Jorge Murad. E ele, para enfrentar tantas dificuldades, nunca reclamou de excesso de trabalho nem de falta de salário. Ao que tudo indica, sentia-se, pelo menos até a semana passada, confortável transitando entre a política e os negócios.

segunda-feira, 2 de março de 2009

DEU NA VEJA.....EDICAO 2102

ROSEANA RECEBIA PROPINA DA CONSTRUTORA GUATAMA......ALGUMA NOVIDADE???????

A POLICIA FEDERAL DESCOBRIU NA AGENDA DO EMPREITEIRO REGISTROS QUE SUGEREM PAGAMENTOS A POLITICOS E DOAÇOES PARA AS CAMPANHAS ENTRE ELAS ROSEANA SARNEY......

É BOM REVIVER.....PRA NAO ESQUECER!!!!

Roseana Sarney é uma governadora perfeita que fez estradas que ligavam o nada com o lugar nenhum, que fez pontes sem cabeceira.

Governo

No seu Governo , o Maranhão , segundo dizia os meios de comunicação pertencente à sua família, era o verdadeiro paraíso na terra. Não existia pobreza, nem violencia, todos eram ricos, não existiam doenças nem desemprego.Todos os dias as televisões, rádios e jornais afirmavam isso, levando o povo a viver uma realidade que somente existia nesses meios.

Foi só ela sair do poder e assumirem opositores no governo, que a fantasia acabou, transformando o Maranhão em um verdadeiro caos.

Nasceu em São Luís e herdou o Maranhão do seu pai (Sarney), onde tomou poder regida pelo seu marido Jorge Murad (árabe de coroatá). Faz muitas visitas a Codó, onde vai fazer consultas e tomar banhos de pipoca.
Eleição de 2006


Em 2006, Roseana foi pro paredão.

Apesar dos bilhoes de reais investidos em sua campanha, da quase lavagem cerebral realizada pelos seus meios de comunicação Sistema Mirante (Inúmeras Rádios, Jornais e Televisões),Perdeu para o idoso Jackson Lago o poder do governo do estado.
Ela fez beicinho na televisão, chorou e esperneou, mais não teve jeito, correu para o colo do papai e foi chorar a perda do seu brinquedo favorito, Governar o Estado do Maranhão.

A Rainha da Macumba

Muita Gente não sabe, mas os maranhenses sabem! Roseana e família são especializados em magia negra, macumba e afins. Freqüentam com regularidade o terreiro do endiabrado, pedófilo e tudo de ruim Sebastião do Coroado, em São Luis.
Roseana, que foi incentivada pelo pai a freqüentar os terreiros, atualmente é representante do Movimento das Bruxas no Brasil, juntamente com a cantora Alcione, vulga Marrom.

Escândalos do clã Sarney voltam a atrair imprensa

Escândalos do clã Sarney voltam a atrair imprensa


Data de Publicação: 1 de março de 2009
POR OSWALDO VIVIANI - JORNAL PEQUENO

‘FEVEREIRO do desgosto’

Nunca o nome de José Sarney - e de membros destacados de sua família - estiveram tão expostos, de forma negativa, na mídia nacional e internacional
O mês de fevereiro, encerrado ontem, marcou a volta de José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado - numa conquista festejada com intensidade pelo clã chefiado pelo último coronel do Brasil -, mas fevereiro também foi o mês do desgosto para Sarney. Nunca seu nome - e de outros membros destacados de sua família - estiveram tão expostos, de forma negativa, na mídia nacional e internacional.
O "fevereiro do desgosto" do oligarca começou apenas quatro dias depois de sua eleição, quando a conceituada revista inglesa "The Economist" foi às bancas chamando Sarney de "dinossauro" e representante do "semifeudalismo" político. No rastro da matéria da "Economist", veio uma enxurrada de reportagens sobre as falcatruas da família Sarney. Os jornais "O Estado de S. Paulo" e "Folha de S. Paulo" e as revistas "Veja" e "Caros Amigos" foram algumas das publicações que chamuscaram ainda mais a imagem de Sarney e o desacomodaram do lugar que ele mais gosta de ocupar - o de influente iminência parda do poder, uma espécie de Rasputin* tupiniquim. Veja a seguir o resumo de algumas matérias que fizeram o inferno astral de José Sarney em fevereiro.
Sarney, o dinossauro - No dia 6 de fevereiro chegou às bancas de todo o mundo a revista inglesa "The Economist" - uma publicação com tradição de 175 anos -, trazendo uma reportagem que classificou a eleição de José Sarney à presidência do Senado, em 2 de fevereiro, de "vitória do semifeudalismo".
A reportagem, intitulada "Onde os dinossauros ainda vagam" ("Where dinosaurs still roam") - de autoria do jornalista John Prideaux, que esteve durante uma semana no Maranhão, colhendo informações sobre José Sarney -afirmou que talvez fosse "hora de (Sarney) se aposentar". "Sarney pode parecer um regresso a uma era de políticas semifeudais que ainda prevalecem em alguns cantos do Brasil e puxam o resto dele para trás. Mas, com o apoio tácito de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente de centro-esquerda do país, ele foi escolhido para presidir o Senado", relatou a revista, entre outras coisas.
Sarney mandou uma resposta à revista, naturalmente discordando de tudo o que foi escrito a acenando com uma ação judicial. Fiel a seu estilo coronelista e intimidatório, em vez de simplesmente encaminhar a resposta, sem intermediários, ele pagou 3.500 dólares (perto de R$ 8 mil) para um advogado inglês exercer o papel de mensageiro.
Conversa 'de pai para filho' - Um dia depois da devastação causada pela "The Economist", foi a vez dos jornais "O Estado de São Paulo" e "Folha de S. Paulo" infernizarem a vida do oligarca. As duas publicações trouxeram à tona pela primeira vez um diálogo entre José Sarney e seu filho Fernando Sarney - superintendente do Sistema Mirante.
Na conversa, de 3 minutos e 32 segundos, ocorrida no dia 17 de abril do ano passado, o presidente do Senado pergunta ao filho se ele havia recebido informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre um processo judicial envolvendo Fernando que corre em sigilo. Fernando pergunta ao pai se há alguma novidade sobre "aquele meu negócio". Sarney responde: "Não, até agora não me deram nada." Fernando prossegue: "Muito bem, mas eu aqui já tive notícia, aqui do Banco da Amazônia." O senador pergunta: "É, né? Da Abin?" E o filho responde: "Também."
Entre outros ilícitos, o filho de Sarney é investigado pela PF ("Operação Boi Barrica") por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, fraude em licitações e envolvimento no financiamento ilegal na campanha eleitoral de sua irmã Roseana Sarney, candidata derrotada a governadora em 2006. Fernando sacou R$ 2 milhões da conta da Mirante nos dias 25 e 26 de outubro de 2006, três dias antes do segundo turno das eleições.
O "Estadão" e a "Folha" informaram, ainda, que o "grampo" da PF também flagrou José Sarney e Fernando usando a TV Mirante para atacar um adversário político - o que é crime, pois as TVs brasileiras são concessões públicas e a lei 4.117/62 proíbe seu uso para fins políticos. Sarney manda Fernando "botar na TV [Mirante]" uma matéria para atingir Aderson Lago, atual chefe da Casa Civil do governo Jackson Lago, e seu filho, Aderson Neto. A reportagem trataria de um suposto desvio de recursos públicos de convênios firmados entre a prefeitura de Caxias e o governo estadual.
José Sarney sentiu o golpe - e revelou a mais de um interlocutor seu desconforto com o vazamento do diálogo -, mas minimizou o teor do "grampo", dizendo se tratar apenas de uma banal "conversa de pai para filho". O áudio completo do "papinho" familiar foi parar no YouTube (veja reprodução no texto em destaque).
‘CONVERSA DE PAI PARA FILHO’
JOSÉ SARNEY - Meu filho, esse negócio que eu li hoje do filho do Aderson Lago e do Aderson Lago, esse sujeito foi muito cruel com a gente, com todos nós, com Roseana, comigo, escreveu aquele artigo outro dia me insultando de uma maneira brutal, vamos botar isso na televisão..
FERNANDO SARNEY - Sim, calma, não sei por que essa pressa, desde o começo conseguimos o documento, tamos fazendo construtivamente, tamos construindo a coisa legal, da forma como deve ser feita.
JS - Eu hoje, eu vi no Walter Rodrigues [blog do jornalista Walter Rodrigues], ele...
FS - Viu, não. Foi vazado propositadamente pra isso mesmo...
JS - Põe na televisão, manda botar o destino do dinheiro recebido, foi parar em tal, tal, tal...
FS - Tá bom, o cara da Globo já está aqui, desde segunda-feira, e estamos trabalhando isso, tá?
JS - Falou isso com ele?
FS - Falei, falei com ele, mostrei tudo, mostrei tudo, vai dar certo. Mas calma, calma, não precisa pressa, não precisa pressão.
JS - Não é pressão, não, rapaz. Eu tô...
FS - É que esse é um assunto que eu peguei desde o começo, eu consegui, passei pro Sérgio*, tamos soltando no jornal pouco a pouco, a vazada foi proposital, é isso mesmo, calma...
JS - Pois é. Eu vi hoje o resultado foi no blog do Walter Rodrigues.
FS - Sim, meu pai, foi proposital, pra dividir a responsabilidade, essa coisa toda...
JS - Tá bom.
FS - Tá certo? O foco é fazer isso que você tá falando aí...
JS - Tá bom.
FS - Olha aqui... E aquele meu negócio, alguma novidade?
JS - Não. Até agora ainda não me deram nada.
FS - Muito bem, mas eu aqui já tive notícias do Banco da Amazônia, tá?
JS - É, né?
FS - É.
JS - Da Abin?
FS - Também.
JS - Tá bom.
FS - Tá? Formal, na semana passada chegou. É sinal que tão mexendo... Mas o daqui é sem origem...
JS - (???)
FS - Não, daqui é o juiz da 1ª Vara.
JS - Então, manda ver o processo aí.
FS - Já mandei. Já chamei o Marcelo, já mandei ver.
JS - Porque o menino me disse que já mandou pro Marcelo tudo, pra o Marcelo olhar o processo...
FS - Já, já mandou e já viu tudo.
JS - E o que é que tem. É (???)
FS - É, isso é em off. Mas eu agora mandei ver o documento formal pra que eu possa entrar na internet e ver do que se trata (...) Foi em off, foi hoje de manhã que chegou a informação, e eu tô agora concluindo ela...
JS - Mas o menino me disse ontem...
FS - Ah, já vi o processo todo. Eu chamei ele hoje de manhã e ele me contou tudo...
JS - E não é esse o processo que está lá?
FS - Não, tem algumas coisas lá, algumas quebras de sigilo adicionais que não têm informações suficientes.
JS - Tá bom.
FS - Eu mandei averiguar.
JS - Tá.
FS - Olha, esse negócio aí que tu falastes antes [assunto do Aderson Lago], é isso aí, eu tô fazendo isso, tá bom?
JS - Tá Bom. OK. Um abraço.
FS - Tá. Beijo.